Fiz pensando em um música, está curtinho, mas espero que gostem
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Era noite sem lua evidente na cidade onde estava Elizabeth. A brisa fria levantava seus cabelos vermelhos e os ricocheteava em suas costas, movimentava seu delicado vestido de seda, revelando seus contornos femininos. Seus lábios estavam quentes, pois tinha se alimentado há pouco tempo.
“Seu queixo minha querida, há sangue nele.” Elizabeth levou a mão ao rosto e o limpou de sobressalto. “Caterina” sussurrou logo antes de ser beijada. Caterina lhe envolveu em um abraço morno e lhe mordeu o lábio, deixando-o sangrar e sujar-lhe a face novamente.
- Não falei para que limpasse – disse ao ouvido de Elizabeth, que ficou rubra. Os olhos verdes hipnotizados pela beleza da outra que acabara de chegar.
- Sentiu minha falta? – continuou Caterina, sorrindo. Era impossível para Elizabeth manter a raiva ao vê-la. Sempre se deixava dominar por aqueles olhos cinzentos e aquele sorriso envolvente. Depois o beijo... Se esqueceu de tudo naquele instante. Não estava certo. Caterina sabia o que ela sentia, por isso estava assim mais carinhosa que o habitual.
- Não vai dizer nada? – Caterina agora alisava as costas da amada em mais uma tentativa de quebrar o silêncio, que já estava deixando-a preocupada.
Elizabeth se rendeu por um momento e beijou o colo de Caterina, depois os lábios e a apertou contra si. Fazia muito tempo que se distanciaram. E isso, de repente, importava mais. O vazio que deixaram uma na outra finalmente se preenchia.
A pele de Caterina se tornou uma sensação melhor e maior do que a mágoa. Os lábios ensanguentados de Elizabeth afogaram o orgulho e as palavras pensadas e organizadas daquela.
Saciavam agora a saudade. Afugentavam o frio da noite e da morte de seus corpos. A vontade infindável uma da outra, maior do que qualquer lembrança, fez do silêncio o maior prazer.